7.12.09

Israel "Persistir e Existir"

Muitas vezes não temos a verdadeira idéia do que aconteceram nas várias perseguições que nosso povo sofreu. Muitos apenas derramam lagrimas quando assistem filmes com cenas fortes de atrocidades, mas para nós é um capítulo extremamente vivo de nossa história. Não podemos permitir que se esqueça o fato de que nem as matanças, as torturas ou o fogo e a espada puderam fazer com que o povo de Israel pudesse deixar de existir. Nosso povo ficou exposto em grandes humilhações, perseguições e massacres, no entanto conseguiu preservar até os dias de hoje sua integridade, sua fé e as suas tradições. Um fenômeno inédito em toda a história da humanidade, um povo mesmo fora de sua terra, conseguiu manter-se VIVO, e mesmo com todos estes acontecimentos tem contribuído e muito para o desenvolvimento e bem estar da humanidade em várias áreas, como literatura, ciência, medicina, etc. Este exemplo de persistência representa o caráter do povo judeu.
O anti-semitismo (Anti = contra, Semita = denominados descendentes de SEM, filho mais velho de Noach (Noé)), que é o movimento de ódio contra os judeus, do qual muitos movimentos surgiram, como por exemplo, o Nazismo Hitleriano. Estes advogam a raça Ariana como “raça superior” a todas as outras, sem nenhum sentido e por motivos que muitas vezes chegaram á raiz do absurdo, com perseguições religiosas, econômicas, raciais ou políticas denominadas hoje como “Neo Nazista”.

No Egito

“ E se levantou um Rei em Mitsrayim (Egito) que não conheceu Yossef (José)...”.
O primeiro movimento antijudaico teve início no Egito, onde os judeus escravizados construíram pirâmides, templos e prestaram serviços pesados para Faraó. No principio, quando os filhos de Israel chegaram ao Egito, foi doce como o mel, mas depois com o passar do tempo ficou amargo como o fel. Esqueceram-se de todos os benefícios que José trouxe ao Egito, pois depois da sua morte, houve uma mudança de dinastia egípcia e os faraós passaram a perseguir os judeus. E logo os filhos de Israel começaram a se tornar um problema sócio-econômico para uns e uma ameaça política para outros.
Foram sujeitos as servidões, miseravelmente escravizados, tiveram seus filhos cruelmente mortos por um decreto que ordenava lançá-los no rio Nilo.
“Em toda e qualquer geração, a pessoa deve encarar a si mesmo como tendo pessoalmente saído do Egito”.
(Pesachim 116b) – Talmud Bavili


A destruição do Primeiro Templo

A destruição do Primeiro Beit Hamicdash (Templo Sagrado) ocorreu em Tish’á Beav (9 de Av), no ano 3338 (586 a.e.c.”Antes da era comum”) quando o poderoso rei da Babilônia, Nabucodonosor (Nevuchadnetsar), conquistou Jerusalém, destruiu o Templo e saqueou os tesouros sagrados da Casa de D-us. O Templo Sagrado ardia em chamas, e a destruição foi terrível, um dos mais sangrentos massacres, forçando a saída dos judeus para a Babilônia, exilando a maioria de seus habitantes.
O exílio na Babilônia, que se seguiu á destruição do Primeiro Templo, marcou o início da Diáspora Judaica. Lá o judaísmo começou a desenvolver um sistema e um modo de vida religioso fora de sua terra, para assegurar a sobrevivência nacional e a identidade espiritual do povo, concedendo-lhe a vitalidade necessária para preservar seu futuro como uma nação. Porém Ciro, rei da Pérsia, tomou Babilônia em 539 a.e.c. No ano seguinte ordenou a reconstrução do Templo, com isso a vida judaica voltou a florescer na terra de Israel.

A destruição do Segundo Templo

Na primavera do ano 70 e.c, época da Páscoa, Tito, futuro imperador romano e filho de Vespasiano, junto de suas tropas, destruíram o Segundo Beit Hamicdash (Templo Sagrado), cercaram a cidade e incendiaram o Templo, sobrando apenas um lado do muro exterior ocidental que até hoje está lá, de pé. Um arco do triunfo foi erigido em homenagem a sua vitória e nele os dizeres “Judea Capta” (Judéia Capturada). Depois de conquistado o Templo, descarregaram toda sua cólera contra as mulheres, crianças e velhos, os quais foram assassinados a sangue frio, os poucos soldados que sobraram foram crucificados por ordem de Fronto amigo de Tito. Mais de um milhão de judeus pereceram novecentos mil foram aprisionados e oferecidos como escravos, os prisioneiros com bom físico eram enviados a Roma para serem gladiadores dos “espetáculos” (como eram chamados na época), lutando nas arenas e sendo retalhados pelas feras. Fizeram desfiles com os prisioneiros acorrentados e os utensílios do Templo Sagrado. Mas apesar de vendidos e subjugados naquela época, sempre repetiam em suas preces: “No ano que vem em Yerushalayim (Jerusalém)!”.

Fim do Império Romano e a Roma Papal

De capital militar a capital eclesiástica – Desde o princípio houve um esforço muito grande para converter os judeus ao cristianismo e um grande cuidado para que nenhum cristão se convertesse ao judaísmo. Não demorou muito tempo para receberem o ultimato para se converterem ao cristianismo ou seriam expulsos de suas habitações; homens cheios de fanatismo religioso aspiravam com crueldade transformar os judeus em cristões.
No ano 694, o rei Egica convocou um concílio no qual foi promulgado o seguinte dito:
“ Tenho em vista que os judeus, não somente têm violado a religião com que a igreja honrou, acolhendo-os em seu seio, e vêm praticando suas antigas cerimônias, mas também têm preparado uma confabulação para apossarem-se do governo pela força, declaro-os servos e que sejam entregues, como escravos, aos senhores cristãos, que não têm direito de restituir-lhes a liberdade. As crianças, quando completarem sete anos, serão tiradas de seus pais e dadas aos cristãos para que se incubem de sua educação”.

Outras barbaridades

Em Béziera, o povo foi incentivado durante a chamada semana santa, a atirar pedras nas casas dos judeus “a fim de vingar Jesus por sua crucificação pelos judeus”, ensinamento esse que só foi revogado em 1960, ou seja, dezoito anos após o holocausto. Em Tolosa estabeleceram o costume de todos os anos na época da páscoa cristã, chamar o mais destacado representante da comunidade judaica em praça pública para levar uma bofetada na frente de todos, lembrando deste modo, aos israelitas o sofrimento de Cristo... Posteriormente a bofetada foi transformada em tributo aplicado a toda a comunidade judaica.

Constantino e o Império Bizantino

O império Bizantino cuja capital era Constantinopla foi fundado pelo império romano de Constantino, após a sua conversão ao cristianismo no ano de 313. Mas apesar de seu batismo, há duvidas se realmente ele se tornou Cristão. Ele nunca abandonou sua adoração com relação ao deus sol (deus Sol Invicto), tanto que em suas moedas Constantino manteve com símbolo principal o sol.
Constantino convocou o concílio de Nicéia a fim de unificar a Igreja cristã, pois com as divergências desta, o seu trono poderia estar ameaçado. É um fato reconhecido que o antijudaísmo ou anti-semitismo cristão ganhou um novo impulso com a tomada do controle romano, sendo o concílio de Nicéia um marco neste sentido; os posteriores Concílios da Igreja manteriam esta linha. O Concílio de Antioquia (341 e.c.) proibiu aos cristãos a celebração da Páscoa com os judeus. O Concílio de Laodicéia proibiu os cristãos de observar o Shabat (sábado) e de receber prendas de judeus e até mesmo de comer pão ázimo nos festejos judaicos. Sem falar da criação da Trindade e celebração do Natal, guarda do domingo e outras que só serviam para vincular a religião cristã com o paganismo já existente. Sendo assim eram excomungados todos os que eram pegos “judaizando” veja:
“Os cristãos não devem judaizar e descansar no sábado, mas sim trabalhar neste dia; porém, ao domingo honrar de maneira especial, como cristãos. Se, entretanto, forem encontrados judaizando, sejam então, excomungados (amaldiçoados) por Cristo”. –Hefele, History of the Councils of the Church, vol. 2, livro 6, sec. 93, cânon 29.
E vemos que o chamado “cristianismo” de nossos dias e seus seguidores continuam a defender com unhas e dentes os dogmas pagãos instituídos por Constantino, batalhando contra a verdade e ensinando doutrinas que são preceitos de homens, estando assim insensíveis á vontade Divina.

Maomé – fundador de uma nova religião
No início do século VII, apareceu na Arábia um homem chamado Maomé, fundador de uma nova religião. Nascido em Meca no ano 570 e.c., vindo de uma família pobre e humilde, ele se tornou de simples cameleiro, em um líder de todo o povo Árabe. Na sua juventude, Maomé tinha relacionamento com judeus; o que o levou a conhecer a bíblia e adotar o monoteísmo. Declarou-se um profeta enviado por D-us, a fim de modificar a “religião de Abraão”. Após adquirir poder sobre as multidões ele declarou a Guerra Santa (Jihad) contra os judeus. Maomé os venceu obrigando-os a cavarem suas próprias sepulturas em largas trincheiras, onde foram decaptados.

As cruzadas

Urbano II convocou em 1095, na cidade de Clermont (França), um Concílio no qual exortou os cristãos a declararem guerra contra os infiéis e a reconquistarem a cidade de Jerusalém. A primeira Cruzada em 1096, como era de se esperar, voltou-se principalmente contra os judeus. O ódio aos israelitas inscrito já há muito tempo nas leis canônicas da Igreja havia recebido senção oficial com o lema: MATE UM JUDEU E SALVE SUA ALMA.
Os chamados “Cavaleiros da Cruz” semeavam morte e destruição nas comunidades judaicas, por onde passavam e centenas de judeus foram degolados por não aceitarem o batismo. Suas casas foram saqueadas, foram massacrados da Torá, após serem tirados das sinagogas foram pisoteados e queimados. Muitos foram queimados vivos, tanto homens como mulheres e crianças após se concentrarem dentro das sinagogas que eram incendiadas em seguida.
Enquanto a meio de falsas acusações aos judeus eram condenados e mortos, os cristãos que os denunciavam eram consagrados e tinham a “salvação eterna”. Muitos judeus de posse que eram condenados tinham seus bens confiscados pela Igreja.
O Papa Inocêncio III, inimigo convicto dos judeus, escreveu cartas a todos os soberanos católicos romanos nas quais os exortava a manterem os judeus isolados dos cristãos, para esse fim aconselhava-os a marcarem suas roupas. Em um Concílio ecumênico em 1215 ordenou aos governantes que promulgassem uma lei, na qual os judeus de ambos os sexos, homens a partir dos 13 anos e mulheres a partir dos 12 anos, marcassem suas vestes com uma mancha de cores vivas.
Este sinal consistia de um trapo amarelo pregado no chapéu ou nas roupas externas.

“Santa” Inquisição

Instituída pelo papa Gregório IX em 1231, que provocou a partir de 1492 a expulsão dos judeus da Espanha e em seguida de Portugal, obrigando a conversão ao catolicismo aos que permaneceram. A Inquisição era um tribunal destinado a defender a fé católica: vigiava, perseguia e condenava aqueles que fossem suspeitos de praticar outras religiões, muitos eram denunciados, presos e, muitas vezes, eram torturados até confessarem. Algum dos suspeitos chegavam a confessar-se culpados só para acabar com a tortura. Eram condenados a morrerem na fogueira em cerimônias chamadas autos- de- fé. Judeus eram apanhados por vestígios de prática mosaica como: recusa de comer carne de porco, toalhas brancas, e lavadas á sexta-feira, uma prece escutada; a higiene em si era uma causa se suspeita e tomar banho era visto como uma prova de apostasia. A frase “o acusador era conhecido por tomar banho” é uma frase comum nos registros da Inquisição. Sujidade herdada: “as pessoas limpas não têm de se lavar”. Em tudo isto, os espanhóis e portugueses rebaixaram-se.
Os tribunais da inquisição funcionaram por três séculos e meio, inicialmente na Espanha, ilha Maiorca e Portugal e depois no México, Peru e Goa, na Índia. Durante esse tempo mais de 400 mil pessoas foram julgadas e dessas, várias foram condenadas á fogueira. A “Santa” Inquisição foi abolida somente em 1834.

Holocausto – O massacre do seis milhões de judeus

Com o início da primeira Guerra Mundial em 1914, a vida dos judeus na Europa Oriental tornou-se insuportável, milhares foram expulsos e em muitas comunidades Rabinos tomados como reféns e ameaçados de execução.
O Anti-semitismo sempre existiu, mas chegou ao auge com o holocausto, quando em 1933 Hitler chegou ao poder na Alemanha. Este homem, cujo ódio contra os judeus estava acima da razão, e sua Doutrina Nacional Socialista escolheram um “bode expiatório”, os judeus.
Pregando o extermínio dos judeus, povo que ele culpava por tudo o que havia de errado, surras aplicadas aos judeus pelos adeptos da AS tornando-se cada vez mais comuns. Tropas da AS incentivaram boicotes ás lojas judaicas, casas e lojas eram pichadas com a cruz suástica e com dizeres anti-semita. As perseguições prosseguiam, boicotes econômicos eram só o começo, congelamento de contas bancárias, proibições de exercer cargos públicos, proibições de exercer suas atividades comerciais, proibidas as profissões, inclusive a medicina, etc...
Explodiu na Alemanha o Anti-semitismo racial com suas teorias e foram decretadas leis especiais para os judeus, as famosas leis de Nuremberg, e então vieram as desapropriações, expulsões, internações etc.
Com os processos que se seguiam, vieram á tona as atrocidades praticadas pelos nazistas que encurralavam os judeus nos guetos. Por falta de alimento, medicamentos, roupas e higiene, milhares de judeus acabaram morrendo, eram levados para fora da cidade, fuzilados e enterrados em valas, outros enforcados e ainda iam aos fornos crematórios. Inventaram a fábrica da morte, um caminhão de carroceria fechada parecendo-se com caminhão de mudança, onde o cano do escapamento ficava voltado para a parte interna, expelindo os gases que iam se espalhando pelo recinto fechado. Todos ficavam asfixiados. As pessoas no interior suplicavam e se debatiam implorando inutilmente e a agonia era lenta. Cientistas recebiam suas encomendas, homens, mulheres e crianças, para suas experiências e testes dolorosos e traumáticos.
Em suas experiências com seres humanos, injetaram tinta nos olhos de crianças, atiraram pessoas em caldeirões de água fervente para testar as suas reações, aputaram membros de prisioneiros e recolheram milhares de órgãos humanos.
Mais de 400 mil prisioneiros morreram em câmaras de gás em Auschwitz.
O holocausto realmente aconteceu, 6 milhões de judeus realmente morreram.
Tudo isso ocorreu somente há alguns anos, todo tipo de atrocidade aconteceu e o mundo se calou.

Fontes:
- Wikipédia
-Izkor: O trajeto, Yom Hashoá; Holocausto : Bem Abraham
- Os afogados e sobreviventes
- Primo Levi
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